Muitos padres e fiéis católicos acham difícil falar sobre este assunto, principalmente por causa da deturpação que tantos verdadeiros "mercadores da fé" vêm promovendo nos últimos anos, usando meia dúzia de passagens bíblicas como arma para extorquir e explorar pessoas simples e sem formação. Assim enriquecem, cada vez mais, os falsos profetas. O verdadeiro significado do dízimo, porém, é justo e verdadeiramente cristão.
O dízimo é uma doação regular e proporcional aos rendimentos do fiel, que todo batizado deve assumir. É uma forma concreta que o cristão tem para manifestar a sua fé em Deus e o seu amor ao próximo, pois é por meio dele que a Igreja realiza diversas obras de caridade e assistência aos menos favorecidos. Pelo dízimo, podemos viver as três virtudes mais importantes para todo cristão: a Fé, a Esperança e o Amor, que nos levam para mais perto de Deus.
O dízimo é um compromisso. Representa a nossa vontade de colaborar, de verdade, com o projeto divino de felicidade para todos. Os judeus davam 10% de tudo o que colhiam da terra com o seu trabalho: daí vem a palavra “dízimo”, que significa “décima parte”. Todos são convidados a oferecer de fato a décima parte daquilo que ganham, mas não somos obrigados. O importante é entender que o dízimo não é esmola. Deus merece a doação feita com alegria, e jamais nos priva da nossa liberdade. Além disso, o que é doado com alegria faz bem a quem recebe!
Cada pessoa deve definir livremente, sem tristeza nem constrangimento, qual percentual dos seus ganhos irá separar para o dízimo. A Igreja não exige a doação de 10% do que ganhamos; porém, para ser considerado dízimo, é preciso que seja um percentual, isto é, uma porcentagem dos seus ganhos, sendo no mínimo 1%. Se alguém ganhar R$ 1.000,00 e oferecer R$ 10,00, isto ainda pode ser considerado dízimo. Menos do que isso, porém, seria uma oferta. E a experiência comprova: aqueles que, confiantes na Providência Divina, optaram pelo dízimo integral, não se arrependeram nem sentiram falta em seus orçamentos. Ao contrário, muitos dizimistas dão o testemunho de que depois que passaram a contribuir com a Igreja e a comunidade dessa maneira, passaram a se sentir especialmente abençoados: Deus não desampara os que nele confiam. Mas isso não quer dizer que devemos dar o dízimo esperando "ganhar em dobro", nem receber algo em troca, como se pudéssemos negociar ou barganhar com Deus. Aqueles que ensinam tais coisas nada entendem do contexto bíblico, nem do significado de partilha que era tão presente na Igreja primitiva.
A entrega do dízimo normalmente é mensal, porque a maioria das pessoas recebe salário todo mês. Os que recebem semanalmente podem combinar de entregá-lo uma vez por semana, por exemplo. O importante é saber que o dízimo deve ser entregue na comunidade com a mesma regularidade com que recebemos os nossos ganhos.
Já as ofertas são doações espontâneas, com as quais o fiel também pode e deve participar da vida em comunidade, mas nesse caso não existe regularidade, como no dízimo. - Você pode doar na hora do ofertório, durante as Missas ou fazer depósitos nas caixas de coleta, mas não se trata de um compromisso fixo assumido com a sua comunidade, e sim uma manifestação de amor, caridade e confiança.
Cada vez mais católicos se conscientizam da importância do dízimo e das ofertas. É bom encontrar a igreja limpa, bem equipada e tudo funcionando bem. Mas, infelizmente, muitos se esquecem de que, para isso, todos precisam colaborar! Somos a família do Senhor, e a igreja é a casa de todos nós. Contamos com o seu desejo de viver comunidade: aceite o chamado do Pai Eterno e diga sim ao compromisso de levar adiante os trabalhos evangelizadores da paróquia da qual você faz parte. Informe-se sobre como se tornar um dizimista. Faça a sua parte!
“Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama a quem dá com alegria.” (2Cor 9,7)
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